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Salve, Jorge: “Vai muito abaixo da camada pré-sal o nível do mau (às vezes, mal) humor contra Lula, Dilma, o desgoverno e os políticos brasileiros nas redes sociais. O fenômeno é um reflexo direto da perigosa desmoralização daqueles desqualificados e desclassificados ocupantes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Também é um retrato da inteira falta de legitimidade deles para exercer a atividade política na vida pública – que deveria ser republicana, se esta forma de governo ou de estrutura de Estado tivesse realmente sido implantada no Brasil.
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Não interessa a qualidade do humor – muitas vezes genial, algumas outras bestial. O fato relevante é que o humorismo tem servido de válvula de escape para a maioria das pessoas à beira de um ataque de nervos, prontas para uma radical manifestação de insatisfação contra o estado das coisas no Brasil. O fenômeno é perigosíssimo! A desqualificada politicagem contribui para a desmoralização da legítima ação Política. Isto gera o desrespeito e a intolerância que descambam em violência.
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A paciência do brasileiro já chega a limites extremos. Falta um triz para uma exacerbação violenta que pode ocorrer naquele estilo do retratado no famoso filme hollywoodiano “Dia de Fúria”. Um indivíduo chuta o balde e arrasta a massa em sua ira. Revoltas populares começam assim, na forma de combustão espontânea em ondas de intolerância. A maioria não suporta mais ser conivente com o “status escatológico”.
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O pavio está prontinho para ser aceso a qualquer momento. O jornalista e ex-deputado Fernando Gabeira, estrategista político com percepção aguda da realidade, acertou na veia, em recente artigo: “O momento é uma encruzilhada entre a ira popular e a enrolação institucional. Com todos os seus condenáveis excessos, a raiva nas ruas é que tem mais potencial transformador. A esquerda sempre soube disso. Agora, com o traseiro na reta, o PT descobre o amor”.
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Esgotou-se completamente o regime da Nova República, implantado no verdadeiro “golpe militar” de 1985, fazendo o Brasil engolir José Sarney em ilegítima substituição ao falecido Tancredo Neves – que não teve forças para assumir a Presidência. Da mesma forma, a Constituição de 1988 não consegue garantir a segurança do Direito no Brasil. Finalizada na correria pelo rasputin tupiniquim Nelson Jobim, por ordem de um Ulysses Guimarães mais preocupado com sua imagem que com o País, a Carta já nasceu com artigos demais, porém sem regulamentar as principais questões – não resolvidas até hoje.
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A falência constitucional acirra e agrava ainda mais a desmoralização institucional quando o Supremo Tribunal Federal, o guardião natural da Carta Magna, sofre um aparelhamento político – vício natural da equivocada indicação e/ou nomeação de seus membros pelo Executivo, geralmente em conluio com o Legislativo. Os cidadãos se sentem vítimas de um sistema que não consegue coibir os mais evidentes abusos cometidos pelo poder público, pelas organizações criminosas ou por qualquer delinquente pé-de-chinelo.
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O modelo tupiniquim, que favorece a governança do crime organizado, patrocina um Judiciário morfético, lerdo e caríssimo, que não consegue promover a Justiça. Perde a legitimidade um poder que funciona atrelado à politicagem e refém de um aparato legal exagerado, redundante, feito para não resolver conflitos, e que pune ou perdia na base do “rigor seletivo” (aos amigos tudo; aos inimigos, nem a lei ou a lei interpretada da maneira conveniente a quem pode mais).
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A coisa piora quando o Ministério Público, que deveria ser o fiscal da lei e da cidadania, embarca na mesma canoa furada… Ou age na base do “rigor seletivo” ou peca pela omissão flagrantemente criminosa, claramente crime de peculato. O tal “foro privilegiado” para acobertar crimes dos políticos (que só existe em ditadura subdesenvolvida) facilita a impunidade. Além disso, temos o escândalo dos precatórios. O poder estatal é condenado, mas só paga as dívidas judiciais no Dia de São Nunca… Liberação de grana? Só para os amigos do alheio, na base de fraudes…
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A maioria das pessoas não aguenta mais nosso autoritário Estado Capimunista (centralizador, cartorial, cartelizado, corrupto e canalha) abusa do cidadão e interfere, descaradamente, na atividade produtiva. A agressão ao cidadão se torna intolerável nas abusivas multas de trânsito, nos 92 impostos, taxas, contribuições e infindáveis instruções normativas da “burrocracia”. Todos pagamos um alto preço para não ter as mínimas contrapartidas estatais previstas na letra morta da Constituição e demais leis e regulamentos.
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O saco do brasileiro encheu! E não é só do vento que a geniosa Dilma Rousseff deseja estocar… A maioria das pessoas de bem está cheia de sofrer tanta injustiça sem reparação. Os injustiçados se preparam para “dar o troco”. As consequências disto são imprevisíveis. Mudanças podem ocorrer para melhor ou para pior.
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Tudo se torna perigosamente imprevisível. Ainda mais porque as elites brasileiras têm dificuldade em definir um rumo estratégico para o Brasil. As oligarquias prosseguem no velho comportamento de “zelites” – locupletando-se e sempre explorando, de forma predatória, as riquezas aparentemente infindáveis produzidas pelo Brasil. A crescente classe C vai aumentar sua pressão para não retroceder nos benefícios que ganhou ou conquistou. Ao mesmo tempo, em direção e sentido inversos, os gestores das organizações criminosas querem conquistar a efetiva hegemonia.
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O jogo será muito bruto. Acontece que as mudanças são inevitáveis. Do jeito que está, já é um consenso de que o Brasil não pode mais ficar. A Revolução Brasileira está em andamento. Os políticos profissionais tentarão, como sempre, contê-la. Desta vez, podem não conseguir o intento. Os tradicionais conchavos não resolvem mais os graves problemas brasileiros. Multas e impostos abusivos, combinados com carestia, inflação, desemprego e endividamento descontrolado das famílias, são a pólvora do barril de pavio curtíssimo…
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Na hora em que ocorrer o previsível “Dia de Fúria”, o jogo, sem regras claras, será vencido por quem tiver mais capacidade de sobrevivência, articulação e organização para pensar, planejar, debater e agir corretamente. Neste momento, infelizmente, os bandidos profissionais levam boa vantagem sobre o resto dos cidadãos. Mas o jogo é jogado…
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Enquanto isso, a Dilma já tomou no TCU, e o Eduardo está tomando no cunha dos banqueiros suíços… A fragilidade de ambos tende a desencadear a completa desestruturação dos falidos órgãos políticos, criando um vácuo de poder que tende a redundar em ruptura institucional. Neste momento, só uma intervenção instituinte poderá solucionar alguma coisa… O impasse é enigmático… A fúria previsível… Do caos talvez ressurja a ordem… Quem sabe?!”
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Jorge Serrão é Editor Chefe do Alerta Total que publica diariamente os MEMES do Observador Tragicômico Panfletário Virtual Ecologicamente Correto Primeiro e Único do Brasil.
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